Uma coisa bonita era para se dar ou para se receber, não apenas para se ter. Clarice Lispector
14 de fev. de 2014
Mistério de Jorge Luis Borges
Andrzej Dragan
No hay una sola cosa en el mundo que no sea misteriosa, pero ese misterio es más evidente en algunas cosas que en otras:
en el mar, en el color amarillo,
en los ojos de los ancianos y en la música...
fonte: El templo de Poseidón. Atlas
13 de fev. de 2014
Há coisas bonitas em excesso de Clarice Lispector
Jacob Philipp Hackert, View of Posillipo on the Isle of Capri (1795)
"E certamente já lhe falei em Posilipo, que é um lugar. Em grego quer dizer pausa na dor. (...) A minha impressão é quase ruim: há coisas bonitas em excesso, eu pareço que não tenho tempo ou força..."
"E certamente já lhe falei em Posilipo, que é um lugar. Em grego quer dizer pausa na dor. (...) A minha impressão é quase ruim: há coisas bonitas em excesso, eu pareço que não tenho tempo ou força..."
Carta de Clarice Lispector para Lúcio Cardoso, Nápoles, 26-03-45 do livro: Correspondências Clarice Lispector, organizado por Teresa Montero, p. 71
12 de fev. de 2014
Fundación de un recuerdo de Mario Benedetti
y es claro un recuerdo puede ser un escándalo
que a veces nos recorre como un sol de franqueza
como un alud de savia como un poco de magia
como una palma de todos los días
que de repente se transforma en única
pensándolo mejor
quizá no sea como fundar una doctrina
sino más bien como fundar un sueño.
Fonte: Poemas de otros
11 de fev. de 2014
O que a musa eterna canta de Adélia Prado
Fernando Pessoa
Cesse de uma vez meu vão desejo
de que o poema sirva a todas as fomes.
Um jogador de futebol chegou mesmo a declarar:
“Tenho birra de que me chamem de intelectual,
sou um homem como todos os outros.”
Ah, que sabedoria, como todos os outros,
a quem bastou descobrir:
letras eu quero é pra pedir emprego,
agradecer favores,
escrever meu nome completo.
O mais são as mal-traçadas linhas.
10 de fev. de 2014
Tapete-inglês - Polygonum capitatum
Sou entre flor e nuvem,
estrela e mar. Por que
havemos de ser unicamente
humanos, limitados em chorar?
estrela e mar. Por que
havemos de ser unicamente
humanos, limitados em chorar?
Cecília Meireles
Nomes Populares: Tapete-inglês,
Família: Polygonaceae
Categoria: Forrações à Meia Sombra, Forrações ao Sol Pleno
Clima: Continental, Mediterrâneo, Oceânico, Subtropical, Temperado, Tropical
Origem: Ásia, Himalaia, Índia
Altura: menos de 15 cm
Luminosidade: Meia Sombra, Sol Pleno
Ciclo de Vida: Perene
9 de fev. de 2014
Cabeceira :: Ana Cristina Cesar
Não quero mais por poemas no papel
nem dar a conhecer minha ternura.
Faço ar de dura,
não pergunto
"da sombra daquele beijo
que farei?"
É inútil
ficar à escuta
ou manobrar a lupa
da adivinhação.
Dito isto
o livro de cabeceira cai no chão.
Tua mão que desliza
distraidamente
sobre a minha mão.
O alfabeto no parque - Adélia Prado
Escrevo cartas, bilhetes, lista de compras,
composição escolar narrando o belo passeio
à fazenda da vovó que nunca existiu
porque ela era pobre como Jó.
Mas escrevo também coisas inexplicáveis:
quero ser feliz, isto é amarelo.
E não consigo, isto é dor.
Vai-te de mim, tristeza, sino gago,
pessoas dizendo entre soluços:
«não aguento mais».
Moro num lugar chamado globo terrestre
onde se chora mais
que o volume das águas denominadas mar,
para onde levam os rios outro tanto de lágrimas.
Aqui se passa fome. Aqui se odeia.
Aqui se é feliz, no meio de invenções miraculosas.
Imagine que uma dita roda-gigante
propicia passeios e vertigens entre
luzes, música, namorados em êxtase.
Como é bom! De um lado os rapazes.
Do outro as moças, eu louca para casar
e dormir com meu marido no quartinho
de uma casa antiga com soalho de tábua.
Não há como não pensar na morte,
entre tantas delícias, querer ser eterno.
Sou alegre e sou triste, meio a meio.
Levas tudo a peito, diz a minha mãe,
dá uma volta, distrai-te, vai ao cinema.
A mãe não sabe, cinema é como diria o avô:
«cinema é gente passando.
Viu uma vez, viu todas.»
Com perdão da palavra, quero cair na vida.
Quero ficar no parque, a voz do cantor açucarando a tarde…
Assim escrevo: tarde. Não a palavra,
a coisa.
8 de fev. de 2014
A Lua no Cinema de PAULO LEMINSKI
Jana Joana e Vitché
A lua foi ao cinema,
passava um filme engraçado.
Era a história de uma estrela
que não tinha namorado.
Não tinha porque era apenas
uma estrela bem pequena,
dessas que, quando apagam,
ninguém vai dizer, que pena!
Era uma estrela sozinha,
ninguém olhava pra ela,
e toda a luz que ela tinha
cabia numa janela.
A lua ficou tão triste
com aquela história de amor,
que até hoje a lua insiste:
- Amanheça, por favor!
Assinar:
Postagens (Atom)
Uma imagem de prazer :: Clarice Lispector
Conheço em mim uma imagem muito boa, e cada vez que eu quero eu a tenho, e cada vez que ela vem ela aparece toda. É a visão de uma flor...
-
Tem de haver mais Agora o verão se foi E poderia nunca ter vindo. No sol está quente. Mas tem de haver mais. Tudo aconteceu, Tu...
-
A ilha da Madeira foi descoberta no séc. XV e julga-se que os bordados começaram desde logo a ser produzidos pel...