Uma coisa bonita era para se dar ou para se receber, não apenas para se ter. Clarice Lispector
10 de fev. de 2015
Orquídea Véu de Noiva (Rodriguezia venusta)
Etimologia: Gênero em homenagem ao botânico e médico espanhol do século 18, Manuel Rodriguez.
Características: Gênero de raízes aéreas, evitando o excesso de umidade no substrato, o quanto mais drenado melhor. Conhecida popularmente como Véu de Noiva.
Epífita - Vivem fixas em árvores, cultiva muito bem em Placas e Palitos, suas raízes aéreas devem ficar livres ao ar.
Sombreamento: 60% Sombreamento
Tamanho da Muda: Aprox. 10 cm
Porte da Planta: Mini
Tamanho da Flor: Aprox. 2 cm. diâmetro
Folhagem Caduca
Florada: Verão
Pedúnculo: Cacho Floral pendente Simples
Inflorescência: Condensada
Floração: Aprox. 20 dias
Cor da Flor: Amarela, Branca (Alba)
Odor: Sem Odor
Plantio: Placa madeira ou Casca de Peroba
Substrato: Sphagnum
Úmidas - regar de 3 à 5 vezes por semana (deixe secar ligeiramente entre regas)
70% Umidade Relativa
9 de fev. de 2015
Canção III - Hilda Hilst
Giacomo Balla
A minha Casa é guardiã do meu corpo
E protetora de todas minhas ardências.
E transmuta em palavra
Paixão e veemência
E minha boca se faz fonte de prata
Ainda que eu grite à Casa que só existo
Para sorver a água da tua boca.
A minha Casa, Dionísio, te lamenta
E manda que eu te pergunte assim de frente:
À uma mulher que canta ensolarada
E que é sonora, múltipla, argonauta
Por que recusas amor e permanência?
Fonte: Poesia: 1959-1979. Quíron; INL, 1980.
Este desenho :: Roland Barthes
8 de fev. de 2015
Orquídea negra (Maxillaria schunkeana)
Brasiliorchis schunkeana (Campacci & Kautsky) R.B.Singer, S.Koehler & Carnevali 2007;
Origem: Mata Atlântica, Brasil – entre 600 e 700 metros de altitude
Planta: Epífita, 15 centímetros
Flor: 1 centímetro
Época de floração: primavera e outono
Longevidade das flores: 15-20 dias
Fragrância: não
Luminosidade: média
Umidade: média
Temperatura: média
fonte: http://www.orquideas.eco.br/1001-brasiliorchis-schunkeana/
7 de fev. de 2015
L'Homme Révolté de Hélio Pellegrino
Joan Miró
Venho de um negro tempo irredutível,
anterior a mim.
Vou para um negro tempo desmedido,
infinito campo de ébano
onde me apagarei.
De uma escarpa a outra,
transfixado entre negro e negror,
danço — centelha breve — o meu furor.
6 de fev. de 2015
Flor Medinilla ou Uva Rosa
O nome vem do José de Pineda y Medinilla, governador das Ilhas Marianas em 1820. As flores são encontradas na costa leste das Filipinas, onde estas plantas crescem em estado selvagem. Foram introduzidas na Europa em 1850 pelo botânico Thomas Lobb.
Planta arbustiva, semi-lenhosa.NOME CIENTÍFICO: Medinilla magnifica.
NOME POPULAR: Medinila, uva-rosa.
FAMÍLIA: Malastomataceae.
CICLO DE VIDA: Perene.
ORIGEM: Filipinas
PORTE: De crescimento lento pode atingir 2 metros de altura.
FLORES: Surgem na primavera e verão, são pendentes, longas e duráveis, chegam a atingir 30 cm de comprimento, as brácteas e flores rosas em forma de cacho parece um cacho de uvas, daí seu nome popular: “uva-rosa”
Soneto para construir janelas :: Gregorio Duvivier
Edward Hopper
Erguer antes de tudo uma parede -
a parede no caso é importantíssima,
pois as janelas só existem sobre
paredes, as janelas sobre nada
são também nada e não são sequer vistas.
Em seguida, quebrá-la até fazer
nela um grande buraco, não maior
que a parede, pois precisamos vê-la,
nem menor que seus braços - as janelas
sobre as quais não se pode debruçar
não são janelas, são buracos. Pronto.
Ou quase: agora basta construir
um mundo do outro lado da parede,
para que possas vê-lo, emoldurado.
fonte: A partir de amanhã eu juro que a vida vai ser agora. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2008.
Fevereiro :: Ferreira Gullar
Bruno Veiga
Este fevereiro azul
como a chama da paixão
nascido com a morte certa
com prevista duração
deflagra suas manhãs
sobre as montanhas e o mar
com o desatino de tudo
que está para se acabar
A carne de fevereiro
tem o sabor suicida
de coisa que está vivendo
vivendo mas já perdida
Mas como tudo que vive
não desiste de viver,
fevereiro não desiste:
vai morrer, não quer morrer,
E a luta de resistência
se trava em todo lugar:
por cima dos edifícios
por sobre as águas do mar.
O vento que empurra a tarde
arrasta a fera ferida,
rasga-lhe o corpo de nuvens,
dessangra-a sobre a Avenida
Vieira Souto e o Arpoador
numa ampla hemorragia.
Suja de sangue as montanhas,
tinge as águas da baía.
E nesse esquartejamento
a que outros chamam verão,
fevereiro ainda agoniza
resiste mordendo o chão.
Sim, fevereiro resiste
como uma fera ferida.
É essa esperança doida
que é o próprio nome da vida.
Vai morrer, não quer morrer.
Se apega a tudo que existe:
na areia, no mar, na relva,
no meu coração – resiste.
5 de fev. de 2015
VIVÊNCIA :: FLORA FIGUEIREDO
Se sua rua porventura aparecer
coberta de pétalas caídas
pela inclemência
de um vento qualquer,
não faça nada.
Deixe-a assim desordenada
e descabida.
São reticências que sobraram da estação passada.
Acabarão varridas pela própria vida.
In Amor a céu aberto, 1992
4 de fev. de 2015
Pacová (Renealmia, família Zingiberaceae ) Masusa, renealmia, mardi grass, misquipanga, pacová-catinga
fotos: Neide Rigo
Fruto: Os fiapos cor de laranja podem colorir e perfumar arroz. A semente dá sabor e aroma à comida e, mastigada, deixa o hálito perfumado. A casca dá um chá vermelho se o fruto está maduro. Na cozinha. Assim como o cardamomo, o pacová pode ser usado para aromatizar o café, moendo um pouco das sementes junto dos grãos. Ou para compor mistura de especiarias – triturado com pimenta-do-reino, cravo e canela, por exemplo, para usar em carnes, frangos e vegetais. Para pratos doces, basta socar no pilão um pouco das sementes com açúcar, peneirar e usar em chás aromáticos, bolos, biscoitos de especiarias e docinhos como este de fécula de mandioca, que tem seu lado cítrico incrementado pelo capim-santo.
fonte: http://blogs.estadao.com.br/paladar/pacova-para-comer-e-para-perfumar/
Quando eu morrer :: Czeslaw Milosz (1911-2004)
Sandro Salomon
Quando eu morrer, verei o avesso do mundo.
O outro lado, além do pássaro, da montanha, do poente.
O significado verdadeiro, pronto para ser decodificado.
O que nunca fez sentido, fará sentido,
O que era incompreensível, será compreendido.
- Mas, e se o mundo não tiver avesso?
Se o sabiá na palmeira não for um signo,
Mas apenas um sabiá na palmeira? Se a
Sequência de noites e dias não fizer sentido
E nessa Terra não houver nada, apenas terra?
- Mesmo se assim for, restará uma palavra
Despertada por lábios agonizantes,
Mensageira incansável que corre e corta
Campos interestelares, corta galáxias que giram,
E clama, reclama, grita.
3 de fev. de 2015
Bardana (Arctium lappa)
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Asterales
Família: Asteraceae
Género: Arctium
Espécie: A. lappa
Nome binomial
Arctium Lappa, Lappa Officinalis, Lappa Major, Lappa Tomentosa, Arcticum Bardana
L.
A bardana (Arctium lappa) é uma planta originária da Eurásia e difundida na América. Prolifera em baldios, bermas de caminhos, e próxima de zonas habitadas.
A fama da bardana vem de muito tempo: os gregos a utilizavam como medicamento, e na Idade Média era incluída em várias formulações destinadas à cura. Algumas referências sugerem que o seu nome científico Arctium lappa deriva do grego "arctos" (urso) e "lambanô" (eu tomo), em alusão ao aspecto peludo que apresenta.
Valorizada como medicinal desde a Antigüidade, a bardana nunca teve essa fama contestada. Todas as partes da planta eram usadas de alguma forma como medicamento: as folhas, por exemplo, eram bem amassadas e aplicadas em cataplasmas para tratar inúmeras doenças de pele, em razão de sua ação bactericida. O uso atualmente tem respaldo científico: estudos comprovam as suas propriedades antisépticas. Também foram bem difundidos seus poderes contra picadas de insetos e aranhas por sua propriedade de acalmar a dor (ação anestésica) e evitar a tumefação do local (ação anti-inflamatória).
No Brasil, especialmente no Sudeste e no Sul, devido à influência dos imigrantes japoneses, a bardana é utilizada também na culinária, podendo ser encontrada em algumas feiras livres, embora ainda não tenha sido muito difundida. No Japão é mais utilizada que a própria cenoura na culinária do dia-a-dia. Podemos preparar tempurás, sopas, refogá-la apenas em óleo de soja, cozinhá-la junto com arroz, colocá-la em refogados de carne, etc. Uma preparação particularmente interessante é uma espécie de conserva: descasque a raiz crua, raspando com a faca, lave, corte em bastonetes ou em filetes e mergulhe em pasta de soja (missô) e coloque na geladeira. Fica pronto no dia seguinte e mantém-se próprio para consumo por vários dias, como qualquer conserva. Ótimo para complementar o arroz branco, e excelente tira-gosto.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Aprendi a viver :: Anna Akhmátova
a olhar o céu, a fazer minhas orações,
a passear sozinha até a noite,
até ter esgotado esta angústia inútil.
Enquanto no penhasco murmuram as bardanas
e declina o alaranjado cacho da sorveira,
componho versos bem alegres
sobre a vida caduca, caduca e belíssima.
Volto para casa. Vem lamber a minha mão
o gato peludo, que ronrona docemente,
e um fogo resplandecente brilha
no topo da serraria, à beira do lago.
Só de vez em quando o silêncio é interrompido
pelo grito da cegonha pousando no telhado.
Se vieres bater à minha porta,
é bem possível que eu sequer te ouça.
Tradução de Lauro Machado Coelho
2 de fev. de 2015
Casar é anoitecer de Fabrício Carpinejar
Art Scholz
"Já anoiteceu!" é uma das expressões mais bonitas. Já anoiteceu significa que não controlamos as horas. Já anoiteceu é sinônimo de alegria, de esquecer o que há lá fora por aquilo que carregamos dentro. Casar é anoitecer. É quase a perguntar: “Como chegamos aqui?”
Eu respondo: Vocês não notaram. Apaixonados, não se preocuparam com a janela. Vocês anoiteceram. Um olhando o outro. Preocupados apenas em um olhar o outro.
Está noite lá fora enquanto sempre é manhã para os dois.
Parece que foi ontem, parece que foi na próxima semana, parece que acabaram de se encontrar.
O amor torna tudo sempre recente. O mais antigo é também agora.
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