5 de set. de 2016

Elon Brasil































Aula de Português :: Carlos Drummond de Andrade.

 Diego Gutiérrez, 1562.
A linguagem

na ponta da língua

tão fácil de falar

e de entender. A linguagem

na superfície estrelada de letras,
sabe lá o que ela quer dizer?
Professor Carlos Góis, ele é quem sabe,
e vai desmatando
o amazonas de minha ignorância.
Figuras de gramática, equipáticas,
atropelam-me, aturdem-me, seqüestram-me.
Já esqueci a língua em que comia,
em que pedia para ir lá fora,
em que levava e dava pontapé,
a língua, breve língua entrecortada
do namoro com a prima.
O português são dois; o outro, mistério.

 

Esquecer para lembrar. Rio de Janeiro: José Olympio, 1979.


Carlos Góes (1881-1934), “lente catedrático de português do Ginásio Mineiro e brilhante literato” (LYCEU, 1924), nasceu no Rio de Janeiro em 10/10/1881.

2 de set. de 2016

Vou dormir :: Alfonsina Storni

Joan Miro

Dentes de flores, touca de sereno,
Mãos de ervas, tu, ama-de-leite fina,
Deixa-me prontos os lençóis terrosos
E o edredom de musgos escardeados.

Vou dormir, ama-de-leite minha, deita-me.
Põe-me uma lâmpada à cabeceira;
Uma constelação; a que te agrade;
Todas são boas: abaixa-a um pouquinho.

Deixa-me sozinha: ouves romper os brotos…
Te embala um pé celeste desde acima
E um pássaro te traça uns compassos

Para que esqueças… obrigado. Ah, um encargo:
Se ele chama novamente por telefone
Diz-lhe que não insista, que saí…

Tradução de Héctor Zanetti

1 de set. de 2016

CHUVA NO MAR :: Arnaldo Antunes


Coisas transformam-se em mim,

É como chuva no mar,
Se desmancha assim em
Ondas a me atravessar,
Um corpo sopro no ar
Com um nome para chamar,
É só alguém batizar,
Nome para chamar de
Nuvem, vidraça, varal,
Asa, desejo, quintal,
O horizonte lá longe,
Tudo o que o olho alcançar
E o que ninguém escutar,
Te invade sem parar,
Te transforma sem ninguém notar,
Frases, vozes, cores,
Ondas, frequências, sinais,
O mundo é grande demais.
Coisas transformam-se em mim,
Por todo o mundo é assim.

31 de ago. de 2016

Dentro da falta :: Silvana Conterno

Degas 

Dentro da falta
cabe a poesia
que não a preenche
mas faz seu bailado
neste salão vazio
passos pra lá 
passos pra cá
O movimento
só é possível
se há espaço
Nascemos com a falta
que o correr da vida substitui
com o que perdemos.

Moro :: Livia Garcia Roza


30 de ago. de 2016

Dianela – Dianella tasmanica - Dionela-variegata





Nome Científico: Dianella tasmanica
Nomes Populares: Dianela, Dionela
Família: Xanthorrhoeaceae
Categoria: Folhagens, Forrações ao Sol Pleno, Gramados e Forrações
Clima: Equatorial, Mediterrâneo, Oceânico, Subtropical, Temperado, Tropical
Origem: Austrália, Oceania, Tasmania
Altura: 0.3 a 0.4 metros
Luminosidade: Meia Sombra, Sol Pleno
Ciclo de Vida: Perene

A Dianela é uma planta herbácea, perene, rizomatosa e entouceirada, nativa da Austrália e Tasmania, que vem conquistando os jardins brasileiros, como um excelente forração. Dos rizomas carnosos, surgem as folhas, que são verde-escuras, longas e estreitas, com margens finamente serrilhadas. Elas alcançam até 80 centímetros de comprimento e 5 cm de largura. As inflorescências são do tipo espiga, com pequenas flores azuis no ápice, com importância ornamental secundária. Os frutos que se seguem são bagas de cor violácea, globulares, brilhantes e com pouco mais de 1 cm de diâmetro. A forma mais frequente em cultivo é a variegata, com as margens das folhas de cor branca.
No jardim, a dianela variegata é interessante na formação de maciços sob sol pleno (em clima subtropical e temperado) ou sob meia sombra (em clima tropical). Sua folhagem acrescenta incrível textura e contraste, clareando os lugares mais escuros do jardim. Ela pode ser utilizada isolada, como uma pequena touceira, em grandes maciços, fazendo às vezes de forração e até mesmo em plantios mistos com flores e outras folhagens. É uma planta curinga, se encaixando em diferentes estilos de jardim, como contemporâneo, oriental, tropical, etc. Também pode ser plantada em vasos e jardineiras, trazendo luminosidade para ambientes internos.

Deve ser cultivada sob sol pleno, ou meia sombra, em solo fértil, drenável, enriquecido com matéria orgânica e irrigado regularmente. Em seu habitat cresce em florestas úmidas, em locais sombreados, portanto prefere estes locais para vicejar. Depois de bem implantada, é capaz de resistir a períodos de estiagem. Rústica, resiste à maioria das pragas e doenças. De baixa manutenção, não necessita podas. Para renovar-lhe o viço, fertilizações semestrais e replantios bienais são suficientes. Multiplica-se por divisão das touceiras e por sementes.
fonte: jardineiro.net

Uma imagem de prazer :: Clarice Lispector

     Conheço em mim uma imagem muito boa, e cada vez que eu quero eu a tenho, e cada vez que ela vem ela aparece toda. É a visão de uma flor...