No meu jardim de palavras brotam cardos.
Cactos e espinhos nascem
da areia
do deserto da linguagem,
onde faltaram palavras e sobraram lágrimas.
No meu jardim de palavras se alastram
as plantas simples e rasteiras
do viver cotidiano.
Grama comum, tecido
sobre o qual se pisa, distraído.
Semi-ocultas no jardim se encontram flores.
Sempre-vivas
pontilham com seu branco o descampado.
Cá e lá, orquídeas róseas
florescem, exuberância obstinada.
Árvores também estão plantadas,
várias,
boas de sombra e fruto.
Troncos sólidos
crescidos com suor e muitos anos.
Do meu jardim recolho as folhas secas.
Galhos e letras
podo, até que encontre
a justa forma, que em seu ritmo revele
os brotos e os restos de uma história.
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