O amor com que Suzana
rega as plantas do jardim.
Segue o mundo, segue a rua,
seque tudo até ao fim.
Suzana persiste, atenta; mais,
concentrada; mais, amorosa,
como se o universo fora
a erva, a orquídea, a rosa.
O amor com que Suzana
planta, replanta, vela,
como se cuidasse do tempo
e a água viesse dela.
Ao redor de seus cuidados
se ajunta de tudo a sede:
o alecrim, a bromélia,
um verde que não se mede.
O amor com que Suzana
se faz mãe e matinal,
matando a sede de azul
da montanha, do animal,
sede de água e carinho,
sede de tudo o que esteja
na quadra de seu jardim
ainda que seu jardim seja
a memória, o mundo todo.
O amor é o seu modo.
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