Te decidirás
Entre duas Américas
Num breve recolher de âncoras.
E será sem volta a tua decisão.
Terás espírito,
Impérios e dotes
E perderás um a um todos eles.
Tua fortuna desperdiçada em vão.
Vês aquela menina?
Alheio à sorte, não podes vê-la:
Falta-te o conhecimento do oculto.
Essa criança será tua mulher daqui a vinte anos.
Nenhum pudor em tua alegria
(Só volúpia e picardia)
No momento oportuno de o teu rosto
Converter toda beleza em mentira.
Tornarás à casa da ladeira
E o futuro será mais do que destruição.
Tal como antigamente estarão lá
As palmeiras, o lusco-fusco e o uivo dos cães.
Sentirás uma vertigem,
Mas não seu estranho sinal.
Outra vertigem no exílio da madrugada
E o pesadelo do inconsciente adormecerá a tua razão.
Saberás estar sozinho,
Coberto de idéias miraculosas.
Teu amor pela astronomia
Será maior do que o teu amor pelos homens.
Não questionarás a alegoria da vida
Até os teus quarenta e cinco,
Quando te descobrirás um místico
E num desvario este poema será escrito.
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