5 de abr. de 2014

“Tanto amor e nada poder contra a morte!” César Vallejo



Edvard Munch 
No fim da batalha,

morto o combatente, apareceu-lhe um homem

dizendo: “Não morras, amo-te tanto!”

Mas o cadáver, ai, lá ia morrendo.

Então vieram dois e repetiram:

“Não nos deixes, coragem, volta para a vida!”

Mas o cadáver, ai, lá ia morrendo.

Acudiram então vinte, cem, mil, quinhentos mil,

clamando: “Tanto amor e nada poder contra a morte!”

Mas o cadáver, ai, lá ia morrendo.

Então rodearam-no todos os homens da terra;

olhou-os o cadáver triste, emocionado;

pôs-se em pé lentamente,

abraçou o primeiro homem; e pôs-se a andar…

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