Caravanas de montanhas acampam nos arredores.
O Pão de Açúcar basta para adoçar a baía inteira O Pão de Açúcar e seu
teleférico que há de perder o equilíbrio por não usar uma sombrinha de papel.
De cara maquiada, os edifícios trepam uns por cima dos outros e, quando chegam ao alto, viram o lombo para que as palmeiras lhes deem com o espanador na laje.
O sol amolece o asfalto e o traseiro das mulheres, amadurece as lâmpadas
elétricas, sofre um crepúsculo nos botões de opala que os homens usam até para fechar a braguilha.
Sete vezes ao dia regam-se as ruas com água de jasmim!
Há velhas árvores pederastas, desabrochadas em rosas-chá, e velhas árvores
que engolem as crianças que jogam bola no passeio público. Frutas que, ao cair, fazem um buraco enorme na calçada; negros que têm cútis de tabaco, a palma das mãos feita de coral e sorrisos sem-vergonha de melancia.
Por apenas quatrocentos mil-réis se toma um café, que perfuma todo um bairro da cidade durante dez minutos.
Rio de Janeiro, novembro, 1920
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