Que este amor não me cegue nem me siga.
E de mim mesma nunca se aperceba.
Que me exclua do estar sendo perseguida
e do tormento
de só por ele me saber estar sendo.
Que o olhar não se perca nas tulipas
Pois formas tão perfeitas de beleza
vêm do fulgor das trevas.
E o meu Senhor habita o rutilante escuro
de um suposto de heras em alto muro.
Que este amor só me faça descontente
e farta de fadigas. E de fragilidades tantas
eu me faça pequena. E diminuta e tenra
como só soem ser aranhas e formigas.
Que este amor só me veja de partida.
In: "Cantares do Sem-nome e de Partidas"
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