No filme de Wenders, com
versos de Handke, os anjos fingem
estar fartos de um tempo infinito. Sonham com os pequenos tempos de sentar-se à mesa
a jogar cartas. Ser cumprimentado na
rua, nem que seja com um aceno. Ter
febre. Ficar com os dedos sujos de ler o jornal. Entusiasmar-me com uma refeição ou com a curva de uma nuca. Mentir
com habilidade. ao andar
sentir a ossatura mexer-se a cada passo. Supor, em vez de saber
sempre tudo.
Cá em baixo, os humanos não suspeitam da beleza
do peso, que os segura à terra e fingem
o futuro em cada minuto, para
deixar de dizer agora, agora, agora...
Inês Lourenço, "A Enganadora Respiração da Manhã.
versos de Handke, os anjos fingem
estar fartos de um tempo infinito. Sonham com os pequenos tempos de sentar-se à mesa
a jogar cartas. Ser cumprimentado na
rua, nem que seja com um aceno. Ter
febre. Ficar com os dedos sujos de ler o jornal. Entusiasmar-me com uma refeição ou com a curva de uma nuca. Mentir
com habilidade. ao andar
sentir a ossatura mexer-se a cada passo. Supor, em vez de saber
sempre tudo.
Cá em baixo, os humanos não suspeitam da beleza
do peso, que os segura à terra e fingem
o futuro em cada minuto, para
deixar de dizer agora, agora, agora...
Inês Lourenço, "A Enganadora Respiração da Manhã.
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