Que saudade, meu amor,
Daquela chuva miudinha
Que era tua e era minha,
Que molhava nosso rosto,
Em pleno mês de Agosto!
Hoje deitado à lareira,
Ping, ping na caleira
Contigo ao fogo enlaçado,
Sonho ainda acordado,
Com as lágrimas na folhagem,
Ping, ping, não é miragem
(Que felizes, Deus meu!).
E a chuva miudinha
Continua tua e minha,
Mas já não molha nosso rosto
E não estamos em Agosto!
In: O Livro da Nena. Papiro Editora, 2008.
Uma coisa bonita era para se dar ou para se receber, não apenas para se ter. Clarice Lispector
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