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13 de jun. de 2014

Lua e estrela :: Caetano Veloso



Menina do anel 
De lua e estrela 
Raios de sol 
No céu da cidade 
Brilho da lua 
Noite é bem tarde 
Penso em você 
Fico com saudade 
Manhã chegando 
Luzes morrendo 
Nesse espelho 
Que é nossa cidade 
Quem é você? 
Qual o seu nome? 
Conta pra mim 
Diz como eu te encontro 
Mas deixa o destino 
Deixa o acaso 
Quem sabe eu te encontro 
De noite no baixo 
Brilho da lua 
Noite bem tarde 
Penso em você 
Fico com saudade 

Mas deixa o destino 
Deixa o seu castro 
Quem sabe eu te encontro 
De noite no baixo 
Brilho da lua 
Noite bem tarde 
Penso em você 
Fico com saudade 



21 de jan. de 2007

Carranca de Proa : Pablo Neruda



A MENINA de madeira não chegou caminhando:
Ali esteve de súbito sentada nos ladrilhos,
Velhas flores do mar cobriam sua cabeça,
Seu olhar tinha tristeza de raízes.

Ali ficou olhando nossas vidas abertas,
O ir e ser e andar e voltar pela terra,
O dia descolorindo suas pétalas graduais.
Vigiava sem ver-nos a menina de madeira.

A menina coroada pelas antigas ondas
Ali fitava com seus olhos derrotados:
Sabia que vivemos numa rede remota

De tempo e água e ondas e sons e chuva,
Sem saber se existimos ou se somos seu sonho.
Essa é a história da moça de madeira. 


Tradução:  Carlos Nejar
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Soneto LXVIII 

Mascarón de Proa
La niña de madera no llegó caminando: 
allí de pronto estuvo sentada en los ladrillos, 
viejas flores del mar cubrían su cabeza, 
su mirada tenía tristeza de raíces. 

Allí quedó mirando nuestras vidas abiertas, 
el ir y ser y andar y volver por la tierra, 
el día destiñendo sus pétalos graduales. 
Vigilaba sin vernos la niña de madera. 

La niña coronada por las antiguas olas, 
allí miraba con sus ojos derrotados: 
sabía que vivimos en una red remota 

de tiempo y agua y olas y sonidos y lluvia, 
sin saber si existimos o si somos su sueño. 
Ésta es la historia de la muchacha de madera.

João Fasolino (1987, Rio de Janeiro)