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14 de dez. de 2015

Começos :: Silvana Conterno

Elliott Erwitt, 1977
Amo os começos 
as manhãs 
e os passarinhos 
os moços no ônibus 
com suas mochilas de sonhos 
gente descarregando verduras 
mercado fervilhando 
moças arrumando o batom 
portas das lojas se abrindo 
as crianças que todo dia encontro 
com flores maceradas no calor das mãos 
beijos, abraços e uns dizendo 
hoje vou ficar bonzinho professora! 
começos são sempre esperanças!

18 de set. de 2015

Para Ver as Meninas :: Composição de Paulinho da Viola

Maurice Prendergast
Silêncio por favor
Enquanto esqueço um pouco
a dor no peito
Não diga nada
sobre meus defeitos
Eu não me lembro mais
quem me deixou assim
Hoje eu quero apenas
Uma pausa de mil compassos
Para ver as meninas
E nada mais nos braços
Só este amor
assim descontraído
Quem sabe de tudo não fale
Quem não sabe nada se cale
Se for preciso eu repito
Porque hoje eu vou fazer
Ao meu jeito eu vou fazer
Um samba sobre o infinito
Porque hoje eu vou fazer
Ao meu jeito eu vou fazer
Um samba sobre o infinito

24 de nov. de 2014

Bairro Alto :: Alice Sant'Anna

J. B. Durão
bairro alto
era muito cedo na praça
do comércio: descemos
do bairro alto, o céu
de um azul que não se pinta
todo costurado com a linha
dos comboios, os trilhos dançando
debaixo dos sapatos. nossos olhos
sonolentos como pequenos
pássaros descobriam cafés, uma loja de chá
moças bonitas que cruzam a cidade
de ponta a ponta e não se espantam
com o azul de lisboa, o perfume das ruas
a distância de casa


27 de abr. de 2012

Canção Para Álbum de Moça Carlos Drummond de Andrade



Bom dia: eu dizia à moça
que de longe me sorria.
Bom dia: mas da distância
ela nem me respondia.
Em vão a fala dos olhos
e dos braços repetia
bom-dia a moça que estava
de noite como de dia
bem longe de meu poder
e de meu pobre bom-dia.

Bom-dia sempre: se acaso
a resposta vier fria ou tarde vier,
contudo esperarei o bom-dia.
E sobre casas compactas
sobre o vale e a serrania
irei repetindo manso
a qualquer hora: bom dia.
Nem a moça põe reparo
não sente, não desconfia
o que há de carinho preso
no cerne deste bom-dia.

Bom dia: repito à tarde
à meia-noite: bom dia.
E de madrugada vou
pintando a cor de meu dia
que a moça possa encontrá-lo
azul e rosa: bom dia.

Bom dia: apenas um eco na mata
(mas quem diria)
decifra minha mensagem,
deseja bom o meu dia.
A moça, sorrindo ao longe
não sente, nessa alegria,
o que há de rude também
no clarão deste bom-dia.
De triste, túrbido, inquieto,
noite que se denuncia
e vai errante, sem fogos,
na mais louca nostalgia.
Ah, se um dia respondesses
Ao meu bom-dia: bom dia!
Como a noite se mudara
no mais cristalino dia!

20 de mar. de 2012

As palavras mais preciosas de Chico Buarque


"A horas mortas, eu corria os olhos pela minha prateleira repleta de livros gêmeos, escolhia um a esmo e o abria a bel-prazer. Então anotava num moleskine as palavras mais preciosas, a fim de esmerar o vocabulário com que eu embasbacaria as moças e esmagaria meus rivais."
Chico Buarque no prefácio do Dicionário Analógico da Língua Portuguesa: Ideias Afins/Thesaurus de Francisco Ferreira Dos Santos Azevedo. LEXIKON, 2010.

12 de fev. de 2007

Quando mocinhas :: Lygia Fagundes Telles (São Paulo, 19 de Abril de 1923)



“Quando mocinhas, elas podiam escrever seus pensamento e estados d´alma (em prosa e em verso) nos diários de capa acetinada com vagas pinturas representando flores ou pombinhos brancos levando um coração no bico. Nos diários mais simples, cromos coloridos de cestinhos floridos ou crianças abraçadas a um cachorro. Depois de casadas, não tinha mais sentido pensar sequer em guardar segredos, que segredo de uma mulher casada só podia ser bandalheira. Restava o recurso do cadernão do dia-a-dia, onde, de mistura com os gastos da casa cuidadosamente anotados e somados no fim do mês, elas ousavam escrever alguma lembrança ou confissão que se juntava na linha adiante com o preço do pó de café e da cebola.”
fonte: A disciplina do amor

João Fasolino (1987, Rio de Janeiro)