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16 de nov. de 2014

Não sei se sabes de Rui Costa

The fire - Rene Magritte, 1943
Não sei se sabes
que a meio da manhã

o verde dos teus lábios

passou para as encostas

e um gomo transparente

adormeceu nos juncos e abriu.

Abriu um brilho qualquer

na gruta fria e pôs uma fogueira

pequenina numa taça

e elevou as mãos quentes

pelo dia.


talvez tu saibas que o principal

do amor

é uma montanha de efeitos secundários.



In: A Nuvem Prateada das Pessoas Graves. Edições Quasi

6 de set. de 2014

PRESENTE :: Antonio Cicero

Vincent van Gogh, 1888

Por que não me deitar sobre este
gramado, se o consente o tempo,
e há um cheiro de flores e verde
e um céu azul por firmamento
e a brisa displicentemente
acaricia-me os cabelos?
E por que não, por um momento,
nem me lembrar que há sofrimento
de um lado e de outro e atrás e à frente
e, ouvindo os pássaros ao vento
sem mais nem menos, de repente,
antes que a idade breve leve
cabelos sonhos devaneios,
dar a mim mesmo este presente?

16 de ago. de 2014

O Pavão :: Rubem Braga


Eu considerei a glória de um pavão ostentando o esplendor de suas cores; é um luxo imperial. Mas andei lendo livros, e descobri que aquelas cores todas não existem na pena do pavão. Não há pigmentos. O que há são minúsculas bolhas d'água em que a luz se fragmenta, como em um prisma. O pavão é um arco-íris de plumas.

Eu considerei que este é o luxo do grande artista, atingir o máximo de matizes com o mínimo de elementos. De água e luz ele faz seu esplendor; seu grande mistério é a simplicidade.

Considerei, por fim, que assim é o amor, oh! minha amada; de tudo que ele suscita e esplende e estremece e delira em mim existem apenas meus olhos recebendo a luz de teu olhar. Ele me cobre de glórias e me faz magnífico.










22 de jul. de 2014

A meu favor :: Alexandre O'Neill

A meu favor
Tenho o verde secreto dos teus olhos
Algumas palavras de ódio algumas palavras de amor
O tapete que vai partir para o infinito
Esta noite ou uma noite qualquer

A meu favor
As paredes que insultam devagar
Certo refúgio acima do murmúrio
Que da vida corrente teime em vir
O barco escondido pela folhagem
O jardim onde a aventura recomeça.

A meu favor tenho uma rua em transe
Um alto incêndio em nome de nós todos


14 de fev. de 2013

O verde absoluto é a cor mais calma que existe.









“O verde absoluto é a cor mais calma que existe. Não é o centro de nenhum movimento. Não se acompanha nem de alegria, nem de tristeza, nem de paixão. Não solicita nada, não lança nenhum apelo. Esta imobilidade é uma qualidade preciosa, e sua ação é benfazeja sobre os homens e sobre as almas que aspiram ao repouso. A passividade é o caráter dominante do verde absoluto, mas esta passividade se perfuma de unção, de contentamento de si mesmo”.
fonte: KANDINSKI,  Wassily. Curso da Bauhaus.  Editora Martins Fontes, 1996. p. 156

29 de jan. de 2013

Evadir-me, esquecer-me de Sophia de Mello Breyner Andresen


Evadir-me, esquecer-me, regressar

À frescura das coisas vegetais,
Ao verde flutuante dos pinhais
Percorridos de seivas virginais
E ao grande vento límpido do mar.



Obra Poética I

Caminho

24 de out. de 2012

MAR DE MONTANHAS de DÉBORA SIQUEIRA BUENO


Gonçalves, Minas Gerais Foto: Kleber Posto


Quero morar

onde tenha mar.

Mar de montanhas.

Montanhas até onde a vista alcança

e o verde e o azul se tocam, se confundem,

formando a azulada serrania.

Seios de pasto verde arredondados,

textura aveludada,

matizados de capim gordura roxo.

Agulhas escarpadas,

vermelhas do minério

de ferro.

Mar com curvas de serena permanência

onde pretendo um dia descansar.

Montanhas quero,

preciso,

montanha sou.

26 de set. de 2012

Sibipiruna, sebipira







A sibipiruna (Caesalpinia pluviosa sin. C. peltophoroides; Caesalpinioideae), também conhecida como sebipira, é uma árvore de grande porte, nativa do Brasil, perenifólia, chegando a medir 28 metros de altura (normalmente entre 6-18m) com até 6 metros de diâmetro da copa arredondada e muito vistosa. Facilmente confundida com o pau-brasil ou pau-ferro pela semelhança da sua folhagem. Muito usada para arborização, especialmente da cidade de São Paulo[carece de fontes], de onde foram batidas as fotografias abaixo. A cidade de Maringá, no Paraná, possui arborização com 80% em sibipiruna.
"Sibipiruna" é um termo de origem tupi que significa "sucupira preta". Sucupira, etimologia é indígena, originária do Tupi-Guarani, e significa "de casca saliente"


10 de mar. de 2012

Com a sombra pela cintura ela sonha na varanda de Federico Garcia Llorca




Verde que te quiero verde. 

Verde viento. Verdes ramas. 

El barco sobre la mar 

y el caballo en la montaña. 

Con la sombra en la cintura 

ella sueña en su baranda, 

verde carne, pelo verde, 

con ojos de fría plata. 

Verde que te quiero verde. 

Bajo la luna gitana,

las cosas la están mirando 

y ella no puede mirarlas. 

(...)
in: Romance Sonambulo

João Fasolino (1987, Rio de Janeiro)