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14 de jun. de 2013

Uma palavra morre de Emily Dickinson

A palavra morre
Quando é dita,
Alguém diz.
Eu digo que ela começa
A viver
Naquele dia.
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A palavra morre 
no momento em que é proferida
- dizem alguns. 
Eu digo que ela começa
a viver 
naquele momento.
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Uma palavra morre
Quando é dita -
Dir-se-ia -
Pois eu digo
Que ela nasce
Nesse dia.

tradução: Aíla de Oliveira
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Palavra é morta
Quando está dita,
Dizem uns.
Digo: inicia
A só viver
Em tal dia.

tradução:José Lino Grunewald 
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Uma palavra morre
Quando falada
Alguém dizia.
Eu digo que ela nasce
Exatamente
Nesse dia.

tradução: Idelma Ribeiro de Faria
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A word is dead
When it is said,
Some say.
I say it just
Begins to live
That day. 

23 de mai. de 2013

A Dor Tem um Elemento de Vazio - Emily Dickinson

A Dor - tem um Elemento de Vazio - 
Não se consegue lembrar 
De quando começou - ou se houve 
Um tempo em que não existiu - 

Não tem Futuro - para lá de si própria - 
O seu Infinito contém 
O seu Passado - iluminado para aperceber 
Novas Épocas - de Dor. 

Emily Dickinson, in "Poemas e Cartas" 
Tradução de Nuno Júdice

16 de jul. de 2012

Beija-flores de Emily Dickinson


As cartas que eu escrevo

A esta não comparo -
Sílabas de Veludo -
Sentenças de Pelúcia,
Fundos de Rubi, cheios,
Lapa, Lábio, a Ti -
Sê qual um Colibri -
Que - me - bebericasse

10 de mar. de 2012

Algo existe de Emily Dickinson

Winslow Homer - Summernight

Algo existe num dia de verão,
No lento apagar de suas chamas,
Que me impele a ser solene.

Algo, num meio-dia de verão,
Uma fundura - um azul - uma fragrância,
Que o êxtase transcende.

Há, também, numa noite de verão,
Algo tão brilhante e arrebatador
Que só para ver aplaudo -

E escondo minha face inquisidora
Receando que um encanto assim tão trémulo
E subtil, de mim se escape.

6 de mar. de 2012

Poemas escolhidos de Emily Dickinson

Leonardo Da Vinci


É mais fácil encontrar
Um amigo que é sombra para os dias quentes,
Do que algum outro, caloroso,
Para as horas frias da mente.

Voltado um tanto para o leste, o catavento
Põe em fuga as almas de musselina;
E se mais firmes são os corações de seda
Do que os feitos de organdi,

A quem culpar? Ao tecelão?
Ó os enganadores fios!
No paraíso, as alfombras
Têm urdidura invisível.


“Poemas escolhidos”, Emily Dickinson. Seleção, tradução, introdução e notas de Ivo Bender.

1 de mar. de 2012

A alma escolhe sua companhia de Emily Dickinson


A alma escolhe sua companhia
E fecha a porta, depois.
Em sua augusta suficiência,
Cessam as intromissões.

Indiferente, vê as carruagens
Parando junto ao portão;
Indiferente, um rei de joelhos
Sobre suas alfombras.

Sei que, dentre uma vasta multidão,
Ela escolheu um ser apenas;
Depois, cerrou as aldravas de sua atenção,
Feito pedra.

In Poemas Escolhidos

João Fasolino (1987, Rio de Janeiro)