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24 de dez. de 2020

Glauco Mattoso, "Revisitado"



Quem disse que o Natal é só mercado?
Por trás do panetone ou da castanha
está um publicitário, uma campanha,
o lucro, as estatísticas, o Estado.

É certo. Mas o espírito arraigado
mais dura que o presente que se ganha,
mais lembra que um peru, que uma champanha
a alguém com mais futuro que passado.

Pois ela, a criancinha, é quem segura
o tempo, em seu efêmero momento,
salvando algo de júbilo ou ternura.

Esqueça-se o comércio! Ainda tento
rever cada Natal, cada gravura
em meio a tanto adulto rabugento..

2 de ago. de 2012

Soneto acompanhado de Glauco Mattoso



Bassês não são eternos, nem são nossa
melhor ou mais completa companhia... 
mas unem gênio, graça e raça à esguia 
salsicha, à pata torta, curta e grossa. 

Do Chicho, meu bassê, não há quem possa
dizer que outro mais fofo e vivo havia. 
Dá dó seu triste olhar, que o meu copia. 
Tem charme e classe até quando se coça. 

Depois dalgum convívio, conversamos
na mesma língua, e a bom entendedor 
bastava um "au", sem teimas nem reclamos. 

Sabia estar nos olhos minha dor,
e sei que os dois estávamos e estamos
no mesmo barco, e irei pronde ele for.

de: Animalesca escolha, de Glauco Mattoso

João Fasolino (1987, Rio de Janeiro)