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4 de ago. de 2012

A Hora de Estrela Leminski


“Amo o que foi 
e já não é a dor 
que não me dói” 
“De agora em diante 
só o durante dura”

“Já ouvi doze vezes 
dar a hora
Num relógio que diz 
que é meio dia”

Dentro do tempo 
há o agora
E a vida preserva

28 de out. de 2011

Orquídeas


Desenho com lápis patel seco, usando o lápis Conté. 
Senta que lá vem explicação:  
En 1795 Nicholas Jacques Conté inventó un método para endurecer el grafito pulverizado mezclándolo con arcilla y horneándolas convenientemente. Variando la proporción de grafito/arcilla se obtenían diferentes durezas de la mina. Este método de fabricación, que había sido descubierto anteriormente por el austriaco Josef Hardtmuth de Koh-I-Noor en 1790, sigue funcionando hoy.

24 de out. de 2011

Loucura razoável




imagem: Clara na praia do Lido 
“Solução melhor é não enlouquecer mais do que já enlouquecemos, não tanto por virtude, mas por cálculo. Controlar essa loucura razoável: se formos razoavelmente loucos não precisaremos desses sanatórios porque é sabido que os saudáveis não entendem muito de loucura. O jeito é se virar em casa mesmo, sem testemunhas estranhas. Sem despesas.”   Lygia Fagundes Telles

6 de out. de 2011

Memória :: Walter Benjamin

quadro: Meninice em Americana

Quando eu estiver velho, gostaria de ter no corredor da minha casa
Um mapa Pharus de Berlim
Com uma legenda

Pontos azuis designariam as ruas onde morei
Pontos amarelos, os lugares onde moravam minhas namoradas
Triângulos marrons, os túmulos
Nos cemitérios de Berlim onde jazem os que foram próximos a mim
E linhas pretas redesenhariam os caminhos
No Zoológico ou no Tiergarten
Que percorri conversando com as garotas
E flechas de todas as cores apontariam os lugares nos arredores
Onde deliberava sobre as semanas berlinenses
E muitos quadrados vermelhos marcariam os aposentos
Do amor da mais baixa espécie ou do amor mais abrigado do vento.
"Crônica berlinense"  Walter Benjamin 

5 de fev. de 2011

Lucidez



Woyzeck com a lucidez da loucura: 
"Todo homem é um abismo, 
a gente fica tonto de olhar pra dentro dele"

João Fasolino (1987, Rio de Janeiro)