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19 de ago. de 2015

Palavra: Adriane Garcia

Edvard Munch, 1894

Olhos
Uma cadeira não vê
Vive na mais completa escuridão
E assim, chão, quadro, teto
Nem luminária vê clarão
Mas eu, com minhas orbitais
Por onde luz atravessa
E processa
Vejo
E abrir os olhos é como
Abrir a flor
Fresca, primeira
Para o Sol
É como ter sonhado
E acordado
Com o ingresso
Na mão.

Das aparências
Achei meus óculos
Minha maneira de ver
(Não quero estar míope)
De longe, tudo pequeno
Embaralha
(Há um excesso de luz)
Astigmática, preciso um tanto
De escuro
Perto, vejo demais
Como se fosse cega.



João Fasolino (1987, Rio de Janeiro)