Uma coisa bonita era para se dar ou para se receber, não apenas para se ter. Clarice Lispector
30 de nov. de 2020
27 de nov. de 2020
CÉU DE CONFEITEIRO:: Cida Pedrosa (1963 em Bodocó- PE)
uma fatia de céu
é dadanesta noite de maio
quinhão que cabe ao homem
que da janela espera
a urbe apita
e o calor
se faz bruma e precipício
uma fatia de céu
é dada
aos amantes da varanda
quinhão que cabe ao amor
em tempos de luas magras
26 de nov. de 2020
O TEMPO PASSOU E ME FORMEI EM SOLIDÃO :: José Antônio Oliveira de Resende
Sou do tempo em que ainda se faziam visitas. Lembro-me de minha mãe mandando a gente caprichar no banho, porque a família toda iria visitar algum conhecido.
Íamos todos juntos, família grande, todo mundo a pé. Geralmente, à noite.
Ninguém avisava nada, o costume era chegar de paraquedas mesmo. E os donos da casa recebiam alegres a visita.
Aos poucos, os moradores iam se apresentando, um por um.
– Olha o compadre aqui, garoto! Cumprimenta a comadre.
E o garoto apertava a mão do meu pai, da minha mãe, a minha mão e a mão dos meus irmãos. Aí chegava outro menino. Repetia-se toda a diplomacia.
– Mas vamos nos assentar, gente. Que surpresa agradável!
A conversa rolava solta na sala. Meu pai conversando com o compadre e minha mãe de papo com a comadre. Eu e meus irmãos ficávamos assentados todos num mesmo sofá, entreolhando-nos e olhando a casa do tal compadre. Retratos na parede, duas imagens de santos numa cantoneira, flores na mesinha de centro... casa singela e acolhedora.
A nossa também era assim.
Também eram assim as visitas, singelas e acolhedoras. Tão acolhedoras que era também costume servir um bom café aos visitantes. Como um anjo benfazejo, surgia alguém lá da cozinha – geralmente uma das filhas – e dizia:
– Gente, vem aqui pra dentro que o café está na mesa.
Tratava-se de uma metonímia gastronômica. O café era apenas uma parte: pães, bolo, broas, queijo fresco, manteiga, biscoitos, leite... tudo sobre a mesa.
Juntava todo mundo e as piadas pipocavam. As gargalhadas também.
Pra que televisão? Pra que rua? Pra que droga? A vida estava ali, no riso, no café, na conversa, no abraço, na esperança... Era a vida respingando eternidade nos momentos que acabam.... era a vida transbordando simplicidade, alegria e amizade...
Quando saíamos, os donos da casa ficavam à porta até que virássemos a esquina. Ainda nos acenávamos. E voltávamos para casa, caminhada muitas vezes longa, sem carro, mas com o coração aquecido pela ternura e pela acolhida.
Era assim também lá em casa. Recebíamos as visitas com o coração em festa... A mesma alegria se repetia. Quando iam embora, também ficávamos, a família toda, à porta. Olhávamos, olhávamos... até que sumissem no horizonte da noite.
O tempo passou e me formei em solidão.
Tive bons professores: televisão, vídeo, DVD, internet, e-mail, Whatsapp ... Cada um na sua e ninguém na de ninguém. Não se recebe mais em casa. Agora a gente combina encontros com os amigos fora de casa:
– Vamos marcar uma saída!... – ninguém quer entrar mais.
Assim, as casas vão se transformando em túmulos sem epitáfios, que escondem mortos anônimos e possibilidades enterradas. Cemitério urbano, onde perambulam zumbis e fantasmas mais assustados que assustadores.
Casas trancadas.. Pra que abrir? O ladrão pode entrar e roubar a lembrança do café, dos pães, do bolo, das broas, do queijo fresco, da manteiga, dos biscoitos do leite...
Que saudade do compadre e da comadre!...
José Antônio Oliveira de Resende
Professor de Prática de Ensino de Língua Portuguesa, do Departamento de Letras, Artes e Cultura, da Universidade Federal de São João del-Rei.
23 de nov. de 2020
Afelandra coral
Nome Científico: Aphelandra sinclairiana
Nomes Populares: Afelandra-coral, Afelandra, Afelandra-rosa, Camarão-laranja
Família: Acanthaceae
Categoria: Arbustos, Arbustos Tropicais
Clima: Equatorial, Oceânico, Tropical
Origem: América Central, Costa Rica, Honduras, Nicarágua, Panamá
Altura: 0.9 a 1.2 metros, 1.2 a 1.8 metros, 1.8 a 2.4 metros, 2.4 a 3.0 metros, 3.0 a 3.6 metros, 3.6 a 4.7 metros
Luminosidade: Meia Sombra
Ciclo de Vida: Perene
A afelandra-coral é uma planta arbustiva e florífera, nativa da América Central e conhecida pela sua venerável beleza tropical. Apresenta folhagem densa, com folhas grandes, brilhantes, ovais, de cor verde a verde-amarelada, e nervuras muito profundas que deixam a folha com aspecto corrugado. As flores são tubulares, longas e róseas e muito atrativas para beija-flores. Elas surgem na primavera em inflorescências eretas, espigadas, com cerca de 15 cm de altura e brácteas em escamas, de cor salmão. Mesmo após a queda das flores, as espigas ainda permanecem belas e coloridas por bastante tempo.
A exuberante afelandra-coral é própria para os jardins tropicais. Ela aprecia o calor e a umidade, mas teme o sol forte das horas mais quentes do dia. Plante-a isolada em vasos ou como destaque no jardim. Seu uso em grupos ou bordaduras, ao longo de um conjunto de árvores ou muro, enaltece ainda mais sua beleza. Em clima frio não convém plantá-la, pois além de ter seu desenvolvimento prejudicado ainda não floresce de forma satisfatória.
Fonte: jardineiro.net
João-de-barro, amassa-barro, barreiro, forneiro, maria-de-barro, oleiro, pedreiro
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