16 de mar. de 2007

SALMO:: Paul Celan

Ninguém nos molda de novo com terra e barro,

ninguém evoca o nosso pó.

Ninguém.


Louvado sejas, Ninguém.

Por ti queremos

florescer.

Ao teu

encontro.


Um nada

éramos nós, somos, continuaremos

sendo, florescendo:

a rosa-de-nada, a

rosa-de-ninguém.


Com estilete claralma,

o estame alto-céu,

a coroa rubra

da palavra púrpura, que cantamos

sobre, oh, sobre

o espinho.


A rosa-de-ninguém. 1963



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