Fui fotografado à minha revelia,
em frente a um templo egípcio
no Metropolitan Museum de Nova York.
À minha revelia,de novo, fotografado fui
na 5a.Avenida às três e meia da tarde.
Assim, um sem- número de vezes
em frente ao Coliseu,
nas ruínas de Machu Pichu,
perto da Torre de Londres,
junto à Catedral de Colônia,
sobre as pedras da Acrópole ,em Atenas,
nas mesquitas de Istambul
e, evidente, em Juiz de Fora.
Guardado estou
em álbuns
japoneses, italianos,americanos,alemães, franceses
argentinos, senegaleses,
disperso
desatento
como se aquele corpo
não fosse meu.
Quando mostram as fotos aos parentes e vizinhos
sou pedra-porta-árvore-sombra-paisagem.
Ninguém, reunindo as fotos, perguntará:
-Quem é este constante figurante
no flagrante do alheio instante?
Disperso-dispersivo estou.
Que álbum conterá a unidade perdida
revelada do negativo
perambulante que sou?
Uma coisa bonita era para se dar ou para se receber, não apenas para se ter. Clarice Lispector
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