o gato fulvo,
o pêlo ruivo,
cor de meu cabelo
chamado vermelho,
exuberante juba,
cabelos de fogo.
O gato se enrosca
e gira, se ajeita,
amolda-se à dobra
macia das pernas;
me pede, insistente,
como que por direito
mais uma carícia.
Ronrona e move,
leniente, a cabeça;
os olhos de mel
se voltam ao rosto
do dono da mão
a quem só compete
manter o contato.
Idêntica cor,
índole tão distinta;
se sou exigência
de postura estrita
e desvelo aplicado,
meu gato é preguiça,
fruir indolente.
Afago e evoco
a fome de agrado,
desejo do tato.
Meu gato vadio
me mostra, sonante,
a entrega ao deleite
e ao prazer do ócio.
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