14 de fev. de 2013

As patas do pátio de Fabrício Carpinejar


Todas as xícaras de minha avó, porcelana francesa, apresentavam a asa quebrada. Dava uma pena ver as peças trincadas. Perguntei para vó quem fez aquele estrago, louco para condenar um parente e conquistar a intimidade da tristeza. A vó riu sozinha: "fui eu!". Pegou uma chave pequeníssima, presa em seu colar, e abriu a gaveta a mostrar uma pilha de asas de xícaras. "Assim as xícaras nunca serão roubadas".

Nenhum comentário:

Mapa:: Wislawa Szymborska

Plano como a mesa na qual está colocado. Por baixo dele nada se move nem busca vazão. Sobre ele - meu hálito humano não cria vórt...