10 de fev. de 2013

Matizes: o fio da meada, o avesso e o círculo do bastidor






















Aprendemos a bordar com uma mãe bordadeira clássica, que fazia suas artes entre os afazeres domésticos, seguindo modelos de panos de amostra, com pontos já definidos, como tantas bordadeiras. Com ela aprendemos a descobrir as luzes, os movimentos, as formas, as cores e matizes da natureza, o que nos permitiu ter um outro olhar sobre a arte de bordar e conferir atualidade à arte milenar praticada anonimamente pelas mulheres em sua vida diária, costumeira.
Dessa aprendizagem cotidiana e antiga, passamos a fazer caminho outro, singular, escolhendo o movimento e a liberdade para criar. Adotamos um pressuposto para nortear nosso bordar: o risco é um caminho a ariscar, a escolher ou refazer. O círculo do bastidor passa a limitar a criação, e o dedal nos tira os movimentos, o avesso transforma-se em novas possibilidades.
Escolhemos então um fazer liberto de amarras e pontos marcados e limitadores. São significações nossas, mas se outras bordadeiras escolhem outros matizes e agulhas, são sentidos e significados de alteridade ao criar.
A vida vivida é o fio da meada que ao longo de tantos anos nos liga e nos possibilita criar, fazer com as mãos, com a emoção e com a alma a nossa arte. Fizemos uma opção de arte que tem como eixo a linha da imaginação solta – “que nosso imaginário nos guie é o que falamos para nós mesmas cada vez que iniciamos um projeto.”

fonte: http://www.matizesbordadosdumont.com/portu/familia.asp

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