E o sino da Igrejinha com voz fina de menina
tem dlins-dlins
para o batismo dos pimpolhos.
Para os mortos: devagar – DLIM-DLIM...
é como um choro de menino, compassado
sem
fim.
Dlin-dlins para as manhãs loucas de luz,
para as tardinhas que são como velhinhas
passo tardo, xale preto, corcundinhas...
As andorinhas conhecem esses dlins-dlins
e vêm
ouvi-los no verão.
As ave-marias vêm
ouvi-los ao sol-pôr...
E a estrela Vésper
atrás da torre,
e entre a neblina
ouve quieta: dlim, dlim, dlim...
E há dlins-dlins de esperança,
de venturas de saudades e de fé...
Todo o pulsar da vila:
virgens que morrem, virgens que casam...
Viático...
Novenas...
Comunhões...
E nas missas domingueiras
que alegria, que repiques argentinos
aos namoros das mocinhas...
Casamentos...
Batizados...
Agonias...
Meu deus! Dlins-dlins para os que morrem...
Dlim-dlim
Jorge Mateus de Lima (União dos Palmares, 23 de abril de 1893 — Rio de Janeiro, 15 de novembro de 1953) foi político, médico, poeta, romancista, biógrafo, ensaísta, tradutor e pintor brasileiro. Inicialmente autor de belíssimos alexandrinos, posteriormente transformou-se em um modernista.
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