11 de mai. de 2014

Toda mãe vive de boa :: João Guimarães Rosa

Dorothea Lange

Toda mãe vive de boa, mas cada uma cumpre sua paga prenda singular, que é a dela e dela, diversa bondade. E eu nunca tinha pensado nessa ordem. Para mim, minha mãe era a minha mãe, essas coisas. Agora, eu achava. A bondade especial de minha mãe tinha sido a de amor constando com a justiça, que eu menino precisava. E a de, mesmo no punir meus demaseios, querer-bem às minhas alegrias. A lembrança dela me fantasiou, fraseou – só face dum momento – feito grandeza cantável, feito entre madrugar e manhecer.
Grande Sertão: Veredas. Editora Nova Aguilar, 1994. p. 51

Nenhum comentário:

Relação de casas boas e más para juízo dos arquitectos Carlos Loureiro e Pádua Ramos :: Eugenio de Andrade

  Há casas cuja beleza começa no projecto; outras, e são talvez as mais belas, existem só na cabeça do arquitecto. Há casas feitas à medida ...