7 de set. de 2014

Descobrimento ::: Mário de Andrade

Portinari 

Abancado à escrivaninha em São Paulo
Na minha casa da rua Lopes Chaves

De supetão senti um friúme por dentro.
Fiquei trêmulo, muito comovido
Com o livro palerma olhando pra mim.

Não vê que me lembrei que lá no Norte, meu Deus!
muito longe de mim
Na escuridão ativa da noite que caiu
Um homem pálido magro de cabelo escorrendo nos olhos,
Depois de fazer uma pele com a borracha do dia,
Faz pouco se deitou, está dormindo.

Esse homem é brasileiro que nem eu.

fonte: Clã de jabuti 

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