8 de dez. de 2014

TAMBÉM ESTE CREPÚSCULO... :: PABLO NERUDA

Hemos perdido aun este crepúsculo.
Nadie nos vió esta tarde com las manos unidas
mientras la noche azul caía sobre el mundo.

He visto desde mi ventana
la fiesta del poniente en los cerros lejanos.

A veces como una moneda
se encendía un pedazo de sol, entre mis manos.

Yo te recordaba con el alma apretada
de esa tristeza que tú me conoces.

Entoces dónde estabas?
Entre qué gentes?
Diciendo qué palabras?
Por qué se me vendrá todo el amor de golpe
cuando me siento triste, y te siento lejana?

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Também este crepúsculo nós perdemos.
Ninguém nos viu hoje à tarde de mãos dadas
enquanto a noite azul caía sobre o mundo.

Olhei da minha janela
a festa do poente nas encostas ao longe.

Às vezes como uma moeda
acendia-se um pedaço de sol nas minhas mãos.

Eu recordava-te com a alma apertada
por essa tristeza que tu me conheces.

Onde estavas então?
Entre que gente?
Dizendo que palavras?
Porque vem até mim todo o amor de repente
quando me sinto triste, e te sinto tão longe?

(Tradução de Fernando Assis Pacheco)

PABLO NERUDA, in VINTE POEMAS DE AMOR E UMA CANÇÃO DESESPERADA. D. Quixote, 2007.

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