24 de mar. de 2015

A Irmã Que Nunca Tive :: Célia Gil

Nicolae Tonitza, 1927

Hoje preciso desabafar contigo,
irmã que nunca tive.
Quero pegar-te na mão,
contar-te como me sinto.
E tu, irmã sonhada,
ficarás acordada
apenas para me ouvir.
Ouvir-me-as pacientemente,
sorrir-me-as docemente,
saberás exactamente o que sinto.
Riremos juntas
dos momentos que não tivemos,
partilharemos juntas
os momentos que não vivemos.
E eu nunca mais estarei só.
Já velhinhas,
continuaremos unidas
em histórias fingidas,
por nós ficcionadas,
irmãs, amigas, conhecidas!

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