12 de ago. de 2015

Gramática da felicidade :: Mario Quintana

Virgil Solis

Vivemos conjugando o tempo passado (saudade, para os românticos) 
e o tempo futuro (esperança para os idealistas). Uma gangorra, 
como vês, cheia de altos e baixos — uma gangorra emocional. 
Isso acaba fundindo a cuca de poetas e sábios e maluquecendo de 
vez o homo sapiens. Mais felizes os animais, que, na sua gramática
imediata, apenas lhes sobra um tempo: o presente do indicativo.
E nem dá tempo para suspiros…

in: A vaca e o hipogrifo. 1977.

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