19 de set. de 2015

Gramática da felicidade :: Mario Quintana (Alegrete, 30 de julho de 1906 — Porto Alegre, 5 de maio de 1994)


Vivemos conjugando o tempo passado (saudade, para os românticos) e o tempo futuro (esperança para os idealistas). Uma gangorra, como vês, cheia de altos e baixos — uma gangorra emocional. Isso acaba fundindo a cuca de poetas e sábios e maluquecendo de  vez o homo sapiens. Mais felizes os animais, que, na sua gramática imediata, apenas lhes sobra um tempo: o presente do indicativo. 
E nem dá tempo para suspiros…
Mario Quintana, in: A vaca e o hipogrifo, 1977.

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