13 de jun. de 2013

Harry Potter de Adélia Prado


Quando era criança
escondia-me no galinheiro
hipnotizando galinhas.
Alguma força se esvaía de mim,
pois ficávamos tontas, eu e elas.
Ninguém percebia minha ausência,
o esforço de levantar-me pelas orelhas,
tentando o maravilhoso.
Até hoje fico de tocaia
para óvnis, luzes misteriosas,
orar em línguas, ter o dom da cura.
Meu treinamento é ordenar palavras:
Sejam um poema, digo-lhes,
não se comportem como, no galinheiro,
eu com as galinhas tontas.


Nenhum comentário:

O velho professor:: Wislawa Szymborska

Perguntei-lhe sobre aquele tempo quando éramos tão jovens, ingênuos, impetuosos, despreparados. Um pouco disso restou, menos a juventude -- ...